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Foto do escritorFlavio Ferrari

Preparando-se para o futuro

Passadas as primeiras semanas, durante as quais nos organizamos para enfrentar as dificuldades do presente, chega o momento em que, como profissionais, precisamos pensar no futuro das organizações.

É muito importante para a sociedade que nossas empresas sobrevivam, se recuperem e voltem a crescer, e isso é nossa responsabilidade.

Quando surge uma “wild card” (um acontecimento inesperado e de grande impacto) como a pandemia da Covid-19, não há como, num primeiro momento, deixar de ser surpreendido. Nesse instante inicial, somos todos vítimas. Na sequência, como expectadores, buscamos informações confiáveis para entender o que está havendo. A partir daí, reagimos, primeiro reativamente, tomando as medidas contingenciais necessárias, e temos a opção de recuperar o protagonismo.

Ser protagonista, no curto prazo (no ano corrente), é compreender o cenário que se configura e rever nossa estratégia de forma a minimizar riscos e identificar oportunidades imediatas.

No longo prazo, é conceber os possíveis cenários futuros e orientar a organização de forma a participar de sua construção através da inovação sustentável.

Em momentos críticos, é importante dedicar algum tempo ao planejamento das ações futuras e não deixar que a urgência sufoque a relevância consumindo todos os nossos recursos, sob pena de prolongar a situação de crise para a organização. Ainda que seja necessário trabalhar mais e consumir algumas reservas, o retorno sobre esse investimento costuma ser bastante compensador.

Crises costumam antecipar o futuro. É por isso que empresas inovadoras costumam ter mais facilidade para enfrentá-las e para retomar o crescimento com maior rapidez.

Um exemplo pontual é o do trabalho remoto. Para as empresas que já adotavam essa modalidade, ainda que de forma parcial, antes da crise, as restrições impostas pelo novo contexto não foram tão traumáticas.

Nos últimos dois anos, em nossas palestras, workshops e consultorias, trabalhamos intensamente, como tendências de curto prazo, questões como o trabalho remoto, a saúde preventiva, o Mobile Cocoon (e a vida virtual), o novo contrato social e a busca de propósito.

A crise antecipou o futuro, acelerando a universalização da discussão desses tópicos.

O impacto imediato da “wild card” Covid-19 pode ser modelado, para melhor entendimento, em quatro vetores: reclusão, recessão, revelação e reconfiguração. A cada vetor corresponde um conjunto de implicações que serão a base para o cenário de curto prazo, com o qual as organizações terão de trabalhar.

A reclusão imposta pela pandemia reforçará a vida virtual, trará novos hábitos e despertará questões emocionais.

A recessão econômica terá forte impacto em todos os setores da economia, com reflexos significativos para a sociedade.

A crise também oferece um momento de revelação, evidenciando limitações e oportunidades negligenciadas, antecipando o futuro.

A necessidade de reconfiguração dos negócios se torna evidente e inevitável e a inovação passa a ser um artigo de primeira necessidade, tanto para processos como para modelos de negócio. Em alguns casos, todo o ecossistema precisará ser reconfigurado.

Esses são temas que precisam ser trabalhados de imediato, durante a crise, para subsidiar a revisão da estratégia para o ano corrente e o início do próximo.

Mas abre-se a oportunidade de identificar as potenciais transformações sociais (e dos negócios) no período pós crise, a partir das perspectivas históricas e das megatendências atuantes.

Na antecipação dessas transformações e no desenho de cenários futuros possíveis residem as maiores oportunidades para as organizações.

Nós já estamos trabalhando nisso.


Equipe CIFS BR - Copenhagen Institute for Futures Studies

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