Pesquisa da SocialData para o Projeto Arcanos, realizada no final de Fevereiro/19, aponta que 72% dos brasileiros estão otimistas, mas acreditam que o ano não será fácil.
O primeiro 'sprint' do projeto Arcanos, um estudo sobre a jornada do consumidor brasileiro durante o ano de 2019, organizado pela SocialData, com a participação da MindMiners (campo e plataforma da pesquisa) e da Stilingue (social listening), e com a direção técnica da parceira Leda Kayano e a inspiração das cartas do Tarot (@tarotdetaar no Instagram), mostra um brasileiro otimista, mas realista com relação às possibilidades de melhora do país e fala dos projetos, sonhos e expectativas.
“O objetivo do estudo é ajudar a pautar a comunicação com os consumidores, indicando suas prioridades em cada momento.” - Leda Kayano
Neste início de ano a grande maioria está otimista (72%), sendo que quase metade dos entrevistados afirmou estar muito otimista. Os pessimistas são somente 10%.
A incidência de otimistas é maior na classe C, nas regiões NO e NE e adultos entre 30 e 40 anos de idade, afirma Leda Kayano, diretora técnica do projeto.
O fundamento para esse otimismo vem de expectativas positivas com relação ao novo governo, melhora da economia gerando mais empregos, melhores condições de segurança e combate à corrupção.
Desemprego, falta de segurança (e violência) e falta de dinheiro, além da insegurança em relação à eficiência do Governo recém eleito, são as preocupações mais mencionadas pelos entrevistados.
Otimistas que estão, quando estimulados sobre as suas expectativas em relação ao Brasil em 2019, tendem a concordar mais nos aspectos positivos como a melhora da economia, a aprovação da reforma da previdência e um bom desempenho da agricultura, mas há uma certa desesperança em relação a alguns aspectos mais específicos como a corrupção (privilégios apenas mudam de mão) e a proteção ao meio ambiente.
Talvez por isso, a atenção do brasileiro parece estar mais voltada para projetos pessoais.
Preocupações sociais
A quase totalidade dos entrevistados (91%) se considera preocupada com as questões sociais mas acredita que o grau de preocupação da população é menor (30% dos entrevistados creem que a população não está preocupada).
São três as questões que mais preocupam os entrevistados: Falta de segurança, Saúde pública e Desigualdade Social.
Na prática, entretanto, a preocupação não se transforma em ação. Somente 11% dos entrevistados afirmam realizar algum trabalho social, na maioria das vezes de forma pouco estruturada (apoio ocasional a iniciativas de ajuda a animais, crianças, desabrigados, etc).
Os especialistas do CIFS BR comentam essa perspectiva:
“O recrudescimento da polarização das posições em relação a temas sociais e políticos produziu um clima generalizado de decepção e de momentânea desesperança em relação a causas coletivas, acentuando o Individualismo.. As características do momento interrompem o declínio do individualismo para o curto prazo e reforçam o movimento de busca de propósito como causa pessoal. Devemos esperar que as pessoas intensifiquem sua atenção e dedicação ao desenvolvimento pessoal (cursos profissionais, jornadas espiritualizadas, projetos pessoais).”
Acho estranho afirmar que o otimismo vem de expectativas positivas com o novo governo sendo a maioria de otimistas do NO e NE, onde o Bolsonaro teve menos votos.