"A única proteção contra a exposição de intimidades e a divulgação de mentiras é a transparência em nossos atos." .
A frase é da jornalista e associada do Copenhagen Institute for Futures Studies, Luiza Pastor, em seu intenso artigo para a Ilustríssima, da Folha de São Paulo.
"Ao contrário do que se pode imaginar, a privacidade não é um bem inato no ser humano. Nossos primeiros ancestrais, abrigados em cavernas em torno de uma fogueira, conviviam com o grupo em todas as suas atividades cotidianas. Os lugares privilegiados, mais próximos do fogo, eram conquistados pelos mais fortes, que levavam para lá seus protegidos."
No artigo, Luiza discorre sobre a evolução da privacidade, desde os tempos das cavernas até a atualidade, quando a cumplicidade entre a internet e dispositivos móveis de captação de som, imagem e informação, com a possibilidade de retransmissão instantânea do material captado, alterou de vez a relação entre o homem moderno e seu ambiente social.
"Começava, nesse momento, a grande derrocada da privacidade como a conhecemos um dia."
De acordo com a jornalista, é preciso abandonar de vez o conceito de privacidade que norteou as relações desde a criação dos primeiros agrupamentos sociais. Além do rastro digital que deixamos, e que pode ser acessado com razoável facilidade por quem é do ramo, os novos recursos tecnológicos e os sofisticados algoritmos de inteligência artificial já permitem a produção da 'realidade alterada', ou seja, a possibilidade de se publicar fotos e vídeos de qualquer pessoa, em situações em que ela nunca esteve e dizendo o que nunca disse.
"A única solução possível parece ser, por enquanto, contrapor a verdade à mentira por meio das mesmas ferramentas."
O artigo de Luiza Pastor para a Ilustríssima pode ser acessado, na íntegra, neste link.
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